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14 de outubro de 2014

SÉRIE RIO PARAGUAI - 5 - ECONOMIA

5. Hidrovia do Rio Paraguai é vital para o povo e para a economia da região

03/08/2014 09h00 - Atualizado em 05/08/2014 11h03

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Hidrovia do Rio Paraguai é vital para o povo e para a economia da região
Transporte de minério é responsável por 90% do movimento da hidrovia.
Em meio à fauna rica, variedade de aves e pássaros é destaque.

José Hamilton Ribeiro e Eunice Ramos Do Globo Natureza, com informações do Globo Rural





Muitos barcos que circulam pelo Rio Paraguai são feitos sob encomenda.  Artur de Oliveira é dono de um deles e recebe diferentes tipos de encomendas. "Desde material de construção, mantimento, óleo diesel, gasolina, todos, todos. Aí uns traz um saco de arroz, saco de açúcar, então você sai para entregar, esse é o nosso trabalho", comenta.
A embarcação anda, em média, de oito a dez quilômetros por hora e vai parando para fazer as entregas. Para percorrer 320 km, demora até quatro dias. Além do espaço para as mercadorias, ele diz que tem autorização para transportar ainda 43 pessoas.

No movimento inverso, o rio leva pra cidade o que é produzido nas fazendas. “Na verdade é o único meio de transporte que a gente tem pra levar pra lá. Como o Pantanal é alagado, não tem como transportar até a cidade, não tem como ir por terra”, explica Rafael Borges, criador de gado.

O transporte de minério é responsável por 90% do movimento da hidrovia. O Rio Paraguai também é via de saída da produção de milho e soja do Centro-Oeste. Parte das exportações e importações da Bolívia também escoa pelo sistema Paraguai-Paraná, chegando até o mar. O embarque é feito em um porto boliviano ligado ao Rio Paraguai pelo Canal Tamengo, de dez quilômetros de extensão.

Puerto Aguirre, na Bolívia é um pequeno município de dois mil habitantes, mas o porto é o maior do país. O farelo da soja colhida nas lavouras bolivianas chega ao porto por trem e é descarregada nas barcaças. São 400 mil toneladas por ano. "Em relação a outros tipos de transporte, ele é muito importante. Eu arriscaria a dizer uns 50, 60% de custo de transporte mais barato”, comenta Mauríco Villarroel, administrador do porto.

Depois de treze dias de viagem de barco desde Cáceres, chega-se a Corumbá, a maior cidade brasileira às margens do Paraguai. O rio segue reto, mas faz uma grande curva pra passar diante de Corumbá. Essa curva foi imortalizada em uma canção do sanfoneiro Mario Zan.

No mês de junho acontece o Banho de São João, a festa com a lavação da imagem nas águas do Rio Paraguai. A festa guarda dois costumes: das moças passarem embaixo do andor para  arranjar namorado, e dos cururueiros, que fazem na viola a história da festa.

O município de Corumbá tem uma área enorme. É maior que vários estados brasileiros, como a Paraíba, por exemplo. Pelo seu tamanho e por ficar no meio do Pantanal, dá até pra arriscar que não tem município no Brasil com mais jacaré.

A principal espécie é o cayman, com população estimada entre três e quatro milhões de animais. Esse número ficou estável nos últimos vinte anos, desde a proibição da caça e do comércio de couro de jacaré. Perto de Corumbá, na estrada pra Campo Grande, fica a dona Maria do Jacaré. “Faz 30 anos que mexo com jacarés. Como estão cheios, eles não mordem ninguém”, afirma.
Jacaré, cobra, peixe, onça, veado. A fauna do Pantanal é riquíssima e as aves são um destaque, com tamanhos, plumagens e cantos variados.

Ao longo de sua extensão, o Rio Paraguai tem diferentes características. Isso faz com que haja uma grande diversidade de aves e pássaros nas margens, da nascente até a foz. O professor fez uma pesquisa ao longo do rio.

“Tem espécies que vêm da Europa, América do Norte, Canadá, e espécies que sobem da Argentina para o Pantanal. Todas para poder reproduzir nessa região, se alimentar e depois poder voltar para os locais de origem. São em torno de 650 espécies registradas”, declara o biólogo Josué Nunes.

O tuiuiu carrega nas asas o título de símbolo do Pantanal. É uma ave pernalta que se alimenta de peixes. Na época de seca, encontra um banquete nas lagoas. É possível encontrar centenas e até milhares de aves nos banhados ou cobrindo as árvores.

Essa diversidade depende do equilíbrio do meio ambiente e um eixo fundamental desse equilíbrio são as águas do Rio Paraguai. “Sem esse movimento das águas nós não poderíamos ter essa possibilidade de tanta vida nessa região”, afirma o biólogo.

O professor Josué Nunes faz um alerta: a sobrevivência de muitas espécies de aves está ameaçada por causa da diminuição do peixe no rio, do desmatamento e assoreamento das margens e das queimadas. “Todos esses fatores eles são muito importante e precisam ser levados em conta porque, de repente, você começa a navegar pelo rio e não vê mais os ninhais”.

Se o rio vai mal, todas as formas de vida sofrem. Não é possível preservar o Pantanal sem cuidar com carinho do Rio Paraguai.


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