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14 de outubro de 2014

GUERRA DO PARAGUAI - BRASIL - 150 ANOS - 1864 - 2014


150 ANOS DA OCUPAÇÃO  DA PROVÍNCIA DE MATO GROSSO  - IMPÉRIO DO BRASIL, PELA REPÚBLICA DO PARAGUAI, CULMINANDO COM A "GUERRA DO PARAGUAI".


FORTE DE COIMBRA - CORUMBÁ - MS. 
PRIMEIRA OCUPAÇÃO VIA FLUVIAL

LINK - FORTE DE COIMBRA




ANTIGA COLONIA MILITAR DE DOURADOS - ANTONIO JOÃO - MS.
PARQUE HISTÓRICO - COLONIA MILITAR DE DOURADOS
PRIMEIRA OCUPAÇÃO VIA TERRESTRE

LINK - COLONIA MILITAR DE DOURADOS



DEZEMBRO DE 1864 - DEZEMBRO DE 2014

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LEIA

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* 150 ANOS DO INÍCIO DA "GUERRA DO PARAGUAI" *

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VÍDEO
500 Anos: O Brasil - Império na TV - Guerra do Paraguai

Duração: 00:14:15
Série: 500 anos: o Brasil - Império na TV
Produção: TV Escola - Brasil

Sinopse
A relação do Brasil com os países vizinhos Argentina, Uruguai e Paraguai era complicada na primeira metade do século XIX. Interesses econômicos e políticos desencadearam um conflito na região do rio da Prata, que ficou conhecido como a Guerra do Paraguai – a mais sangrenta de toda a história da América do Sul. Neste programa, você vai ver quais foram os principais motivos desta guerra, detalhes de como se sucedeu o conflito e a saber como a vitória brasileira levou ao nascimento do sentimento abolicionista.











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Disputa pelo Rio Paraguai motivou guerra entre brasileiros e paraguaios


Conflito foi o mais sangrento entre países sul-americanos. Em quase seis anos, cerca de 50 mil brasileiros e 300 mil paraguaios morreram.


LINK PARA ASSISTIR DIRETO DO SITE DO G1


CORUMBÁ - COIMBRA - MURTINHO - BELA VISTA - LAGUNA - CAMBARACE

PRISÃO DO VAPOR MARQUES DE OLINDA - 12 DE NOVEMBRO 1864



Vapor
Marquês de Olinda

I n t r o d u ç ã o

Ao tratarmos do primeiro Ato de Hostilidade oficial entre Paraguai e Brasil é tratado o episódio do Aprisionamento do Navio Brasileiro Marques de Olinda, tripulação e o coronel Frederico de Campos que assumiria a Presidência da Província de Mato Grosso.

As fontes bibliográficas são escassas e apresentam alguns pontos de divergências quanto as informações e a data do ato. Isto tanto para as mídias escritas, quanto para os documentários em vídeos.

Para fins Didáticos adoto a data de 12 de Novembro de 1864.

Para o leitor, estudioso, pesquisador, historiador fica em aberto a análise destes fatos.

Como os fatos são tratados fragmentados ou dentro de um contexto geral obtei em disponibilizar os diversos fragmentos onde  o leitor pode complementar assistindo os vídeos documentários.

H i s t ó r i c o

Imagem[1]

Enfoque 1

“El[2] buque de vapor brasilero Marquês de Olinda llevaba su nombre en homenaje a Pedro de Araújo Lima, Ministro, Regente y Presidente del Consejo Imperial. No era un buque de la Armada Brasilera, sino un mercante destinado a la carrera del río Paraná y Paraguay.

Se trataba de un vapor de casco de madera impulsado por ruedas laterales. De escaso calado, lo que lo hacía apto para la navegación fluvial, tenía un desplazamiento de 180 toneladas y poseía un motor de 80 HP.

Con las compañías Bernal y Cárrega primero, y G.Matti&Cía después, entre 1860 y 1862 hizo la carrera entre la ciudad de Buenos Aires y Corumbá al mando de José Berisso, con escalas en San Nicolás de los Arroyos, Rosario, Paraná, Corrientes y Asunción del Paraguay. Ya en el río de la Plata, alcanzaba también Montevideo para el traslado exclusivo de pasajeros. En 1863 al mando de Hipólito Betancour extendió su servicio hasta la ciudad de Cuiabá, distante unos 660 Km de Corumbá, un trayecto total de alrededor de 3.000 Km.

Fue capturado por el gobierno paraguayo el 12 de noviembre de 1864 cuando subía el Río Paraguay llevando a bordo al coronel Frederico Carneiro de Campos, presidente de la Provincia de Mato Grosso. Este hecho fue considerado el hecho desencadenante de la Guerra del Paraguay: la captura del navío, seguido del ataque al Fuerte de Coimbra y la invasión del territorio de Mato Grosso en enero de 1865 provocó la declaración de guerra del Imperio del Brasil al Paraguay.

Los paraguayos armaron el buque en guerra en los arsenales de Asunción del Paraguay montando 8 cañones”.


Enfoque 2



“O Vapor[3] Marquês de Olinda, ostentava esse nome em homenagem a Pedro de Araújo Lima, que tinha esse titulo e era também Ministro, Regente e Presidente do Conselho do Império. O Marquês de Olinda, nunca pertenceu a Marinha do Brasil, mas teve papel de destaque em nossa história por ter sido capturado pelo governo paraguaio em 12 de novembro de 1864, quando subia o Rio Paraguai, levando a bordo o Coronel Frederico Carneiro de Campos, presidente da Província de Mato Grosso. Esse fato foi considerado, após um longo período de crise com esse pais vizinho, o marco inicial da Guerra do Paraguai ou da Tríplice Aliança. O captura desse navio, seguido do ataque ao Forte de Coimbra e da invasão armada do território do Mato Grosso em janeiro de 1865, foi a causa imediata da declaração de guerra do Brasil ao Paraguai.

1865

Foi armado em guerra pelo Paraguai”.

Em 11 de junho, tomou parte na Batalha Naval do Riachuelo, integrando a força naval paraguaia, sendo abalroado e metido a pique pela Fragata Amazonas.

Enfoque 3


  “O Marquês[4] de Olinda estava para começar sua viagem regular para Mato Grosso, Souto ficou sabendo que o vapor de guerra brasileiro Amazonas iria acompanhá-lo e que transportaria grande quantidade de armas e uma valiosa carga, além de uma grande soma de dinheiro. O agente uruguaio estava bem informado e sabia que um importante engenheiro militar e o novo Governador da província de Mato Grosso subiriam nesses navios. Souto escreveu para o Presidente López, dando total conhecimento de tudo que tinha sabido e o aconselhou a se apoderar dos navios. Esta correspondência, na qual a captura era aconselhada, foi enviada para López através do próprio Marquês de Olinda. O plano de enviar o Amazonas foi por alguma razão abandonada e o Marquês de Olinda iniciou sozinho a viagem e tudo ocorreu como de costume até que o navio deixou Assunção, no dia 11 de novembro (1864)”.

Enfoque 4

A Canhoneira Paraguaia Tacuari apreende o navio brasileiro Marquês de Olinda


“A Canhoneira Paraguaia Tacuari[5] tinha um deslocamento de 488 toneladas e dois motores de 180 hp que lhe dava uma velocidade de 16 nós. Whitworth tinha seis canhões das quais duas foram de 60, duas 32 e duas 8-mm. O navio liderou parte das forças paraguaias durante a Batalha de Riachuelo. Sobreviveu mas foi afundada por navios brasileiros no encontro do rio Guaycurú com Paraguai em 1865.







No dia 12 de novembro de 1864, o vapor paraguaio Tacuari uma canhoneira Paraguaia, construída na Inglaterra em 1854 no estaleiro "Joh e Alfred Blyth", e adquirida pelo governo de Carlos A Lopez em 1854, comandada pelo Capitão George F. Inglês Morice, também autor do plano para a organização básica da Marinha de Guerra Paraguaia, apreende o navio brasileiro Marquês de Olinda, que atravessava o território paraguaio rumo a Mato Grosso. No dia 13 de dezembro, o Paraguai declarava guerra ao Brasil. Três meses mais tarde, em 18 de março de 1865, declarava guerra à Argentina. O Uruguai solidarizou-se com o Brasil e a Argentina”.

Enfoque 5


“Em[6] 1864 foi indicado Presidente da Província do Mato Grosso. A fim de tomar posse do cargo, embarcou no navio mercante imperial Marquês de Olinda seguindo o caminho normal daquela época até Mato Grosso, que consistia em seguir para o sul do Brasil até o Uruguai, entrar no estuário do Rio da Prata, e subir o rio Paraná passando pelo Paraguai. Ao passar por Assunção foi recebido solenemente pelo presidente do Paraguai, Francisco Solano López. Entretanto, depois de alguns dias, em 12 de novembro de 1864, quando estava no rio Paraguai, foi aprisionado por soldados paraguaios juntamente com toda tripulação e passageiros do navio Marquês de Olinda
Prisioneiros de Guerra na Campanha do Paraguai (1864-1870)”.


Enfoque 6







Frederico Carneiro de Campos
Nascimento        1800 - Bahia
Morte         3 de novembro de 1867 (67 anos)
Fortaleza de Humaitá, Paraguai


SÉRIE "A ÚLTIMA GUERRA DO PRATA" - GUERRA DO PARAGUAI - 5 - episódio 4

A ÚLTIMA GUERRA NO PRATA
SÉRIE HISTÓRICA TV ESCOLA

EPISÓDIO = 4

A última guerra do Prata - Episódio 4

Duração: 00:27:27
Série: A última guerra do Prata
Nível de ensino: Ensino Fundamental II
Sinopse

O quarto episódio da série A última guerra do Prata mostra o terrível último ano da Guerra do Paraguai. Momento em que as mazelas do conflito foram expostas e revelaram a destruição de um país. O episódio analisa o pós-guerra e discute os impactos da maior guerra da América do Sul em cada uma das nações envolvidas. Por fim, especialistas avaliam as polêmicas históricas e os mitos criados pelas historiografias sobre o conflito à luz das pesquisas e estudos mais recentes sobre a Guerra do Paraguai.

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OBS.: SE HOUVER PROBLEMAS NA CONFIGURAÇÃO DO VÍDEO USE O LINK ABAIXO

SÉRIE "A ÚLTIMA GUERRA DO PRATA" - GUERRA DO PARAGUAI - 4 - episódio 3

A ÚLTIMA GUERRA NO PRATA

SÉRIE HISTÓRICA TV ESCOLA

EPISÓDIO = 3

A última guerra do Prata - Episódio 3
Duração: 00:27:58
Série: A última guerra do Prata
Nível de ensino: Ensino Fundamental II

Sinopse
O terceiro episódio da série A última guerra do Prata foca o período em que os aliados ficaram estacionados no Sul do Paraguai. O desconhecimento do território e as divergências entre brasileiros e argentinos culminaram com a derrota dos aliados em Curupaity. O episódio mostra o papel do Marquês de Caxias na reorganização dos exércitos aliados e ainda aborda o cotidiano dos homens e mulheres que viveram nos acampamentos da Guerra do Paraguai – especialmente em Tuyuti, onde ainda é possível encontrar inúmeras relíquias da guerra. Por fim, o episódio mostra que a queda da poderosa Fortaleza de Humaitá e a tomada de Assunção não colocaram um ponto final na Guerra do Paraguai.

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OBS.; SE HOUVER PROBLEMAS DE CONFIGURAÇÃO COM O VÍDEO, USE O LINK ABAIXO




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SÉRIE "A ÚLTIMA GUERRA DO PRATA" - GUERRA DO PARAGUAI - 3 - episódio 2

A ÚLTIMA GUERRA NO PRATA

SÉRIE HISTÓRICA TV ESCOLA

EPISÓDIO = 2

Nível de ensino: Ensino Fundamental A última guerra do Prata -
 Episódio 2
Duração: 00:27:32
Série: A última guerra do Prata

Sinopse
O segundo episódio da série A última guerra do Prata apresenta os dois primeiros anos da Guerra do Paraguai. Revela como o confronto entre Brasil e Uruguai acabou envolvendo o Paraguai do presidente Solano López, que socorreu o governo uruguaio e declarou guerra ao Império Brasileiro. Documentos e depoimentos de historiadores mostram que Solano López acreditava que teria o apoio de províncias do interior argentino em sua luta. Ele invadiu a Argentina e com isso favoreceu a aliança do governo de Buenos Aires com o Brasil. O episódio ainda mostra quem eram os soldados brasileiros que se voluntariaram para combater em uma guerra que deveria ser rápida, mas acabou durando anos.

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SÉRIE "A ÚLTIMA GUERRA DO PRATA" - GUERRA DO PARAGUAI - 2 - episódio 1

A ÚLTIMA GUERRA NO PRATA

SÉRIE HISTÓRICA TV ESCOLA

EPISÓDIO = 1

A última guerra do Prata - Episódio 1
Duração: 00:28:05
Série: A última guerra do Prata
Nível de ensino: Ensino Fundamental II
Sinopse
O primeiro episódio da série A última guerra do Prata apresenta o processo de formação dos Estados da região platina durante o século XIX. Um momento repleto de disputas políticas internas e externas e de indefinições de fronteiras, o que criou um clima de forte tensão entre os países da região. Enquanto no Brasil a monarquia centralizava o poder e abafava as revoltas, a Argentina e o Uruguai vivenciavam guerras civis e o Paraguai, sem acesso direto ao mar, evitava os problemas regionais se isolando do mundo. Este episódio aborda a história da turbulenta região platina no período anterior ao conflito para revelar os fatores geopolíticos que contribuíram para a deflagração da Guerra do Paraguai.

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OBS.: SE HOUVER PROBLEMAS NA CONFIGURAÇÃO DO VÍDEO USE O LINK ABAIXO:



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SÉRIE "A ÚLTIMA GUERRA DO PRATA" - GUERRA DO PARAGUAI - 1

1. Cento e cinqüenta anos depois, historiografia sobre Guerra do Paraguai ainda tem conflito de versões

Tempo parece não ter sido suficiente para pacificar versões quase antagônicas sobre causas e impactos do evento

09/08/14 06:00

por LEONARDO VIEIRA



Pesquisadores do filme “A Última Guerra do Prata” reviraram arquivos em busca de registros como estes acima: soldados na linha de frente, acampamentos, armamentos usados no conflito e trincheiras - Divulgação / Biblioteca Nacional do Uruguai

RIO - Cento e cinqüenta anos depois, a Guerra do Paraguai ainda é motivo de conflito, mas em outro campo de batalha: os livros de História. O tempo parece não ter sido suficiente para pacificar versões quase antagônicas sobre as causas e os impactos do evento. De um lado, há os que acreditam que tudo começou por conta do imperialismo da Inglaterra, que não poderia permitir que um Paraguai desenvolvido e auto-suficiente prosperasse no Cone Sul sem os produtos industrializados ingleses. Do outro, historiadores que voltaram aos documentos e revelam que os atritos começaram ainda por conta do processo de consolidação das fronteiras nacionais, além da disputa pela hegemonia no Rio da Prata.

O embate já começa no nome da guerra. Os paraguaios a chamam de Guerra da Tríplice Aliança, em referência à união selada entre Brasil, Argentina e Uruguai. Estes países seriam os três “fantoches” manipulados pelos ingleses contra o país guarani, na versão deles. Já no Brasil, nós a chamamos Guerra do Paraguai, como se a culpa do conflito fosse exclusivamente do nosso vizinho.

A mais recente corrente historiográfica, surgida nos anos 1990, prega que a batalha deve ser compreendida ainda no contexto de formação e consolidação dos estados da região do Prata. A pouca definição sobre os limites de cada nação gerava atritos entre os países, e este teria sido o motivo para o Brasil dar ultimato ao governo uruguaio de Aguirre, em 4 de agosto de 1864 — supostamente por conta de contrabando de gado brasileiro para o Uruguai. Ao responder a ameaça com o rompimento das relações com o Brasil Império, os uruguaios pediram socorro ao Paraguai de Francisco Solano López, aliado que precisava do porto de Montevidéu para exportar mercadorias paraguaias mundo afora.

Em pouco mais de quatro meses, o Brasil invadiu o Uruguai e depôs Aguirre; o Paraguai considerou o ato uma declaração de guerra e aprisionou o vapor brasileiro Marquês de Olinda, em Assunção. No fim de 1864, os paraguaios invadiram a província de Mato Grosso. Pouco tempo depois, com o objetivo de chegar ao Rio Grande do Sul, tropas guaranis invadiram a província argentina de Corrientes, arrastando a Argentina para o conflito ao lado de Brasil e Uruguai, já com novo governo pró-Brasil.

BRASIL E INGLATERRA ESTAVAM ROMPIDOS

Há, no entanto, livros didáticos que ainda entendem a guerra como produto do imperialismo britânico, uma versão descartada pelo historiador da UnB, Francisco Doratioto, autor do livro “A Maldita Guerra”.

— Não havia indústria no Paraguai, simples assim. Não há documentação que prove isso. O mercado interno era ínfimo, o país só tinha 400 mil habitantes. E dizer que a Inglaterra queria abrir o mercado consumidor fazendo uma guerra é algo totalmente ilógico — diz.

Doratioto lembra ainda que, quando o conflito começou, o Brasil tinha relações diplomáticas rompidas com a Inglaterra por conta dos atritos envolvendo o tráfico de escravos que culminaram na Questão Christie. Na época, a rainha Vitória teria até enviado uma carta a D. Pedro II lamentando os acontecimentos.

— Em maio de 1863, o Brasil rompeu relações, que só foram restabelecidas em outubro de 1865. E o Tratado da Tríplice Aliança contra o Paraguai é de maio de 1865. Não tem sentido culpar a Inglaterra — explica o historiador.
Mesmo 150 anos depois, a “maldita guerra” ainda é tema de uma série de produções acadêmicas. Estreou na última terça-feira na TV Escola o primeiro de uma série de quatro episódios do documentário “A Última Guerra do Prata”, que analisa desde os elementos desencadeadores do conflito até seus impactos em nossos tempos. A obra é fruto de um projeto de dois diretores, que venceu o concurso promovido pelo canal e recebeu R$ 200 mil para as filmagens.

Ao todo, 16 pessoas trabalharam quase um ano e meio revirando arquivos, entrevistando historiadores e visitando antigos campos de batalha. De acordo com Alan Arrais, um dos codiretores, a intenção do documentário é desmistificar teorias que ainda cercam o tema:

— Percebi que ainda se discutia demais sobre quem teria causado a guerra e pouco se discutia o verdadeiro impacto que essa guerra teve na região — conta Arrais. — Queríamos preencher esse vácuo e confrontar o material com o que se estuda na escola. Alguns livros didáticos ainda trazem versões ultrapassadas sobre o conflito — observa.

Ao visitar antigos campos de batalhas no Paraguai e conversar com locais, Arrais chegou à conclusão que ainda persiste uma historiografia minoritária, que entende que o país foi injustiçado e vítima da Tríplice Aliança. Nela, o ditador Solano López é visto como um mártir, que tentou desenvolver o Paraguai de forma autônoma, mas esbarrou no capitalismo inglês e em seus sócios na América do Sul. Cerca de 90% da população masculina paraguaia morreu nos cinco anos do conflito, comprometendo o crescimento econômico do país por décadas.

— Eles são muito marcados por essa guerra, mas o que se percebe é que existe um uso político da História muito grande durante todo o século XX para justificar quem estava no poder — diz o cineasta.

Em 1870, quando López foi perseguido e morto em Cerro Corá, no Paraguai, a guerra já havia matado cerca de 350 mil pessoas. Do lado brasileiro, dos 160 mil militares enviados, cerca de 50 mil não voltaram para casa. E o preço pago pelo Brasil foi além da vida de seus soldados. Estudioso do papel do negro durante o conflito, o historiador da Unirio Ricardo Salles afirma que a guerra teve impacto no nosso processo de abolição da escravidão. Segundo ele, grande parte da tropa brasileira era formada por negros e pardos livres, além dos escravos libertos, que seriam 10% do contingente:

— Eram setores marginalizados pela sociedade. E quando voltaram, todos queriam o reconhecimento pelo ato de patriotismo, mas ficaram frustrados com a resposta fria do Império — explica.

Para Salles, não foi coincidência que a primeira norma que apontava para o fim da escravidão, a Lei do Ventre Livre, tenha sido proposta durante a guerra, em 1867. Sem saída, o Império deu um tiro no pé com a libertação dos escravos em 1888.

— A base de sustentação do regime ainda era o café do Vale do Paraíba, eram os escravos. Sem escravos, caiu o Império.





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TV Escola o primeiro de uma série de quatro episódios do documentário
 “A Última Guerra do Prata”,


A ÚLTIMA GUERRA NO PRATA
SÉRIE HISTÓRICA TV ESCOLA

EPISÓDIO 1 - TRAILER

A última guerra do Prata - Vinheta - A última guerra do Prata
Duração: 00:00:28
Série: A última guerra do Prata
Nível de ensino: Geral

Sinopse
A série A última guerra do Prata traz um novo olhar sobre a polêmica Guerra do Paraguai, um trágico conflito em que morreram mais de 350 mil pessoas. A partir de visitas aos locais que sediaram campos de batalha, análises de historiadores e consultas a documentos e fotografias raras, a série revela os interesses geopolíticos que conduziram ao conflito, o cotidiano de homens e mulheres que estiveram no teatro de guerra e ainda a influência que a Guerra do Paraguai teve na formação das nações que hoje integram o Mercosul.

A última guerra do Prata - Vinheta - A última guerra do Prata
Duração: 00:00:28
Série: A última guerra do Prata
Nível de ensino: Geral

Sinopse
A série A última guerra do Prata traz um novo olhar sobre a polêmica Guerra do Paraguai, um trágico conflito em que morreram mais de 350 mil pessoas. A partir de visitas aos locais que sediaram campos de batalha, análises de historiadores e consultas a documentos e fotografias raras, a série revela os interesses geopolíticos que conduziram ao conflito, o cotidiano de homens e mulheres que estiveram no teatro de guerra e ainda a influência que a Guerra do Paraguai teve na formação das nações que hoje integram o Mercosul.



EPISÓDIO 2 - TRAILER

A última guerra do Prata - Trailer - Episódio 2
Duração: 00:01:05
Série: A última guerra do Prata
Nível de ensino: Geral
Sinopse
O segundo episódio da série A última guerra do Prata apresenta os dois primeiros anos da Guerra do Paraguai. Revela como o confronto entre Brasil e Uruguai acabou envolvendo o Paraguai do presidente Solano López, que socorreu o governo uruguaio e declarou guerra ao Império Brasileiro. Documentos e depoimentos de historiadores mostram que Solano López acreditava que teria o apoio de províncias do interior argentino em sua luta. Ele invadiu a Argentina e com isso favoreceu a aliança do governo de Buenos Aires com o Brasil. O episódio ainda mostra quem eram os soldados brasileiros que se voluntariaram para combater em uma guerra que deveria ser rápida, mas acabou durando anos.

EPISÓDIO 3 - TRAILER

A última guerra do Prata - Trailer - Episódio 3
Duração: 00:01:10
Série: A última guerra do Prata
Nível de ensino: Geral
Sinopse
O terceiro episódio da série A última guerra do Prata foca o período em que os aliados ficaram estacionados no Sul do Paraguai. O desconhecimento do território e as divergências entre brasileiros e argentinos culminaram com a derrota dos aliados em Curupaity. O episódio mostra o papel do Marquês de Caxias na reorganização dos exércitos aliados e ainda aborda o cotidiano dos homens e mulheres que viveram nos acampamentos da Guerra do Paraguai – especialmente em Tuyuti, onde ainda é possível encontrar inúmeras relíquias da guerra. Por fim, o episódio mostra que a queda da poderosa Fortaleza de Humaitá e a tomada de Assunção não colocaram um ponto final na Guerra do Paraguai.

EPISÓDIO 4 - TRAILER

A última guerra do Prata - Trailer - Episodio 4
Duração: 00:01:02
Série: A última guerra do Prata
Nível de ensino: Geral
Sinopse

O quarto episódio da série A última guerra do Prata mostra o terrível último ano da Guerra do Paraguai. Momento em que as mazelas do conflito foram expostas e revelaram a destruição de um país. O episódio analisa o pós-guerra e discute os impactos da maior guerra da América do Sul em cada uma das nações envolvidas. Por fim, especialistas avaliam as polêmicas históricas e os mitos criados pelas historiografias sobre o conflito à luz das pesquisas e estudos mais recentes sobre a Guerra do Paraguai.

SÉRIE RIO PARAGUAI - 8 - ASSUNÇÃO

8.  Rio Paraguai tem enorme importância para a capital Assunção

17/08/2014 08h45 - Atualizado em 17/08/2014 08h50

LINK PARA ASSISTIR O VÍDEO DIRETO DO SITE DO G1


Rio é o principal meio de escoamento da produção com destino a Assunção.
Dos grandes rios brasileiros, só este banha a capital de um país.

José Hamilton Ribeiro e Eunice Ramos Do Globo Natureza, com informações do Globo Rural





Quando o Rio Paraguai recebe as águas do Rio Apa, ele sai do Brasil. A partir daí, é solo paraguaio nas duas margens. São quase mil quilômetros pela frente até o encontro com o Rio Paraná, na Argentina. Nove quilômetros depois da fronteira aparece o distrito de Valemy. A região é a maior produtora de cimento e cal do Paraguai, paredões de pedra abrigam uma enorme riqueza.

O guia de turismo César Gonzalez conduz a viagem. São cerca de 50 cavernas cadastradas e logo na entrada, paredes formadas por mais de 20 tipos diferentes de rocha são observadas.

A 200 quilômetros da fronteira, Concepción, aos fins de semana, as águas do Paraguai viram local de lazer para seus 80 mil habitantes.
Concepción teve papel importante no começo da Guerra. Foi de um quartel que saiu um exército de 2,5 mil homens que invadiram o Brasil. Este foi o início da guerra entre o Paraguai e o Brasil. Hoje, o quartel é um museu.
O historiador Teófilo Medina destaca a importância da mulher paraguaia para a reconstrução do país depois do fim da guerra.

Hoje, a principal atividade econômica de Concepción é a criação de gado. Em uma fazenda que fica às margens do Rio Paraguai, a pecuarista Marta Barreiro recebe a equipe do Globo Rural com um saboroso café com produtos típicos.

Francisco, filho de Marta, apresenta a fazenda. São 2 mil cabeças na região do Chaco Paraguaio, bioma que ocupa mais da metade do território do país. Francisco conta que a terra do Chaco é rica em nutrientes, o que é bom para o gado.

O gado criado em Concepción é abatido ali mesmo, no maior frigorífico do país, às margens do Rio Paraguai. Os donos são brasileiros.
A carne e tudo o mais que Concepción produz saem do porto. O Rio Paraguai é o principal meio de escoamento da produção da região, o destino é a capital Assunção.

Dos grandes rios brasileiros, só este tem o privilégio de banhar uma capital de país. De um certo ponto, dá para ver, todo iluminado, o Palácio do Governo do Paraguai, hoje um país democrático.

Mas é mesmo de dia que se vê como Assunção é um lugar interessante. Fundada em 1537 para ser uma referência da Espanha nas Américas, hoje tem cerca de 550 mil habitantes e foi uma das primeiras cidades da América do Sul a ter uma estrada de ferro.

Assunção também guarda muita lembrança da guerra. No centro do Panteão dos Heróis, há um túmulo em homenagem ao soldado desconhecido. Não existe uma estatística oficial, mas historiadores estimam em 300 mil o número de paraguaios mortos na guerra.

Outro túmulo que chama a atenção é o do considerado um dos maiores heróis do Paraguai: Marechal Solano Lopez, chefe do governo e comandante do exército durante a Guerra do Paraguai. Para nós, brasileiros, o inimigo.

Solano Lopez foi morto pelo exército brasileiro dois anos depois da tomada de Assunção. Foi o fim da guerra. A figura de Solano aparece na cédula de mil guaranis, a moeda paraguaia, e há estátuas em praças públicas por todo o país, uma delas em Assunção.  Lopez não é pessoa. Lopez é símbolo.

Nos primeiros dias da guerra, os paraguaios capturaram um navio brasileiro, o Anhambay, no Mato Grosso, na foz do São Lourenço com o Paraguai. Hoje, o Anhambay figura como a maior presa militar do Paraguai.

Da guerra à arte: Assunção é também o lugar onde pode-se encontrar fábricas de um instrumento que tem o som do país: a harpa paraguaia. No tempo da colonização, os jesuítas precisavam de um instrumento que substituísse o órgão nas igrejas e que pudesse ser fabricado no país. Ensinaram como fazer e como tocar.

Assista ao vídeo com a reportagem completa e veja como funciona a harpa paraguaia e o gênio do instrumento, Nicolas Caballero ou Nicolasito.