A OCUPAÇÃO DE MATO GROSSO - NOVEMBRO DE 1864
MATO GROSSO DO SUL - NOVEMBRO DE 2014
Do Livro
Do Livro
Em 11 de novembro de 1864, começou o conflito, quando o navio brasileiro Marques de Olinda navegava através do rio Paraguai, trazendo para a capital da Província de Mato Grosso, Cuiabá, Frederico Carneiro de Campos, presidente da Província, López ordenou o seu aprisionamento.
Segundo consta, Carneiro de Campos, companheiros e tripulação foram detidos e morreram na prisão em Assunção.
A ocupação da Província de Mato Grosso pelas tropas militares da República do Paraguai
Na invasão da região Sul da Província Mato Grosso[1] foram empregada duas Colunas Militares paraguaias que em realidade, foi à aplicação dos planos de guerra descritos em tópicos anterior.
¨ Via Fluvial: que atuou através do rio Paraguai;
¨ Via Terrestre: que atuou de Concepción – Bella Vista
(Paraguai), Colônia dos Dourados, Colônia de Miranda, Nioaque, Vila de Miranda e Coxim.
Diz o General Fragoso “que o exame ponderado das operações realizadas não deixam a mínima dúvida de que López só ambicionava apoderar-se dos terrenos limítrofes, em litígios, na sua fronteira setentrional”.
Expedição Fluvial
Era comandada por Vicente Barrios, Coronel de Infantaria. Segundo os dados da História do Exército Brasileiro, era composto de quatro batalhões de Infantaria, cerca de 3200 homens e cerca de 1000 cavalarianos, efetivo reduzido de cavalos, mas contava com 12 peças raiadas de foguetes a congrave, mais os vapores Taquari, Paraguarari, Igurei, Rio Blanco e Iporá; as escunas independência e Aquidaban; o Patocho Rosário e os lanções Humaitá e Cerro León. Mais tarde juntaram-se o Salto Guaíra, Rio Apa e Marques de Olinda.
Ataque a Coimbra
No dia 26 de dezembro de 1864, desembarcaram ao sul do Forte de Coimbra, tropas paraguaias e a 27 de dezembro uma sentinela avistou os vapores paraguaios a uma légua daquele ponto; cerca de oito horas e trinta minutos, recebeu o Tenente Coronel Porto Carrrero, comandante do Distrito Militar do Baixo Paraguai e do Corpo de Artilharia da Província, que na ocasião realizavam inspeção no Forte, a intimação de Vicente Barrios, que por ordem do seu Governo, veio tomar posse da Fortaleza e pedia-lhe que se entregasse no prazo de uma hora e caso não o fizesse, tomá-la-ia a força.
Porto Carrrero respondeu por escrito que somente por ordem do seu superior o faria e mandou o Jauru a Corumbá para informar o comandante das Armas da Província.
Por volta das onze horas, a esquadra paraguaia iniciou o bombardeio, estendendo-se até as dezenove horas. Os ataques repelidos em sua tentativa de assalto provocaram a retirada daqueles que reembarcaram deixando mortos e feridos no campo de batalha.
Reiniciando a luta no dia 28, houve nova tentativa de assalto de Infantaria, sem sucesso, retiraram a bordo dos navios.
Depois de uma reunião de oficiais brasileiros, concluíram pelo abandono do Forte, depois de forte resistência, a escassez de munição, não colocou outra alternativa.
Às vinte horas do mesmo dia a bordo do Anhambaí, dirigiram-se para Corumbá. No dia 29 de dezembro, os paraguaios apossaram-se do Forte de Coimbra.
Anhambaí navegando para Corumbá, encontrou-se com o Jauru e o Corumbá que vinham em auxílio trazendo reforços de artilharia. Sem condições de oferecer resistência, contornam o caminho, chegando em Corumbá.
Em Corumbá houve pânico com a chegada das notícias. Diante das indecisões o Comandante das Armas, Carlos Augusto de Oliveira e o Tenente Coronel Carlos Moraes Camisão em retirarem-se ou oferecer resistência. Com a notícia de que os navios paraguaios encontravam-se em Albuquerque, o Comandante das Armas ordenou a retirada, a 2 de janeiro de 1865. Retirada empreendida de maneira desordenada e em péssimas condições, todos queriam embarcar ao mesmo tempo nas poucas embarcações disponíveis.
A jornada foi pontilhada de inúmeras dificuldades, de um lado os navios inimigos, do outro o grande número de retirantes que seguiam de Coimbra, Albuquerque e Corumbá, civis e militares que buscavam alcançar a Capital da Província.
Muitos foram obrigados a marchar a pé, através dos pantanais de Corumbá, São Lourenço e Cuiabá e alguns outros seguiam por água através das embarcações que ofereceram condições de navegação.
Ocupação de Albuquerque
Após a ocupação do Forte de Coimbra em 29 de dezembro de 1864, o comandante Barrios, navegou o rio Paraguai acima alcançando a povoação de Albuquerque no dia 1º de Janeiro de 1865 e que se encontrava abandonada.
Após ocupada e incendiada, dali os paraguaios levaram cerca de 30.000 cabeças de gado vacum, cavalares e muares e alguns índios aprisionado. Os animais pertenciam à Fazenda Nacional.
Ocupação de Corumbá
De Albuquerque, Barrios dirigiu-se para Corumbá, em 4 de janeiro, também abandonadas. Ocupa. Destrói e saqueia tudo o que pode.
Ocupação do Posto Naval de Dourados
Dourados era um depósito de munição de guerra e possuía um estaleiro para pequenos consertos de embarcações. Situada a 13 quilômetros de Corumbá, à margem esquerda do rio Paraguai. A ocupação se deu no dia 6 de Janeiro, havia sido abandonada no dia 2, na passagem do Jauru.
Os navios de Barrios, sob o comando do Tenente Herrreros, seguem em perseguição a navios brasileiros que se dirigiam para Cuiabá. O Jacobina que estava encalhado foi ocupado e rebocado para Corumbá. O Anhambaí que retornava em seu auxílio foi perseguido, encalhado e sua tripulação, muitos perseguidos e mortos.
Da foz do Rio São Lourenço, a expedição paraguaia dirigia-se para o Norte, chegando até o Sará, pequeno Porto, que em face das profundidades das águas, não lhes permitiram a navegação, retrocedendo para Dourados, depois de abandonar definitivamente a viagem para Cuiabá.
Expedição Terrestre
Comandada pelo Coronel de Cavalaria Isidoro Resquín e pelo sub-chefe da mesma Arma, Major Martín Urbieta. Esta expedição militar contava com um efetivo aproximadamente de 2500 cavalarianos e um Batalhão de Infantaria.
A divisão do norte, nome da coluna que atacou por terra, partiu de Concepción em dezembro de 1864.
Resquín penetrou em Mato Grosso, vindo direto ao Fortín Bella Vista[1] e depois atravessa o rio Apa.
Urbieta deslocou-se por Cerro Corá, Chiriguelo, indo a Colônia Militar dos Dourados, onde era comandada pelo Tenente de Cavalaria, Antônio João Ribeiro.
Antônio João soube da aproximação dos paraguaios no dia 28 de dezembro de 1864. Mandou que a população evadisse do local, permanecendo com sua guarnição.
Enviou um mensageiro com a notícia da invasão ao Comandante da Colônia Militar de Miranda e ao Tenente Coronel Dias e Silva que se encontrava em Nioaque, a quem dirigiu a seguinte mensagem:
“Sei que morro, mas o meu sangue e o de meus companheiros servirá de protesto solene contra a invasão do solo de minha Pátria”.
Segundo algumas crônicas históricas este mensageiro que levava a notícia foi capturado pelo inimigo, sem que antes tivesse chegado à notícia da aproximação dos paraguaios. A notícia chegou através de outro mensageiro enviando por Antonio João, na ocasião da invasão.
Ocupação da Colônia Militar de Dourados
No dia 29 de dezembro de 1864, deu-se o encontro com a coluna paraguaia e a ordem de rendição, Antonio João respondeu ao comandante Urbieta na Colonia Militar de Dourados:
__ "Somente me renderei se apresentar às instruções do Governo Imperial”.
Na resistência a ocupação, o comandante foi morto e o restante da guarnição debandou.
A Ocupação da Colônia Militar de Miranda, “em Guia Lopes da Laguna”
Marchando na direção Norte, a Coluna comandada pelo Coronel Resquín, partindo do Forte de Bela Vista, chegou a Colônia Militar de Miranda, que já havia sido abandonada, com a notícia da chegada das tropas paraguaias, a 31 de dezembro de 1864.
Segundo, Emílio G. Barbosa17, descreve como foi essa ocupação da Colônia militar de Miranda: Uma vanguarda de 150 homens, ao mando do tenente Narciso Ribas, fez uma descarga contra a Colônia Militar de Miranda: não obtendo resposta, constatou o evacuamento da praça, no dia 29 de Dezembro de 1864. No dia seguinte, mandou Resquin Patrulha as adjacências , percorrer as matas e descobrir possíveis esconderijos dos Colonos de Miranda”.
No dia 2 de janeiro de 1865, Francisco Isidoro Resquín, ocupa a Povoação de Nioaque e em seguida a Vila de Miranda e Coxim, sendo Nioaque, o Quartel General.
A estrada utilizada, saída da Colônia, à única então existente, passava no atual território de Guia Lopes da Laguna, no rumo das confluências dos rios Feio e Desbarrancado no Santo Antonio, afluente do Rio Miranda, próximo a cidade de Guia Lopes. A Fazenda Jardim, de propriedade do José Francisco Lopes, encontrava-se muito longe desta estrada, por este motivo não foi visitada de imediato pelas tropas paraguaias.
A Resistência e a “Primeira Retirada”
O atual Município de Guia Lopes da Laguna possui três rios que se destacam no cenário da epopéia da Guerra: Santo Antônio, Desbarrancado e o Feio.
A notícia da invasão paraguaia havia chegado a Vila de Nioaque no dia 30 do mês de Dezembro de 1864, cujo comandante geral militar desta região era o Coronel Dias da Silva.
No mesmo dia 30 de Dezembro de 1864, organiza-se a partir de Nioaque uma resistência, uma força militar e civil, de Nioaque, Colônia de Miranda e região para contra atacar a coluna paraguaia. O corpo de Cavalaria de Mato Grosso, sediado em Nioaque, comandado pelo Coronel Dias e Silva, tentando atingir a Colônia do Dourados.
Ainda nas descrições de Emilio Barbosa18 “enquanto se mobilizava a tropa regular aquartelada, convocaram-se todos os paisanos que tivessem condições de empunhar armas. O efetivo contava de 129 soldados do corpo de cavalaria, mais 89 músicos vindo de Miranda,inclusive soldados. Apenas 20 voluntários atenderam ao chamado, os outros desgarraram para o mato, desesperadamente, sem recursos, abrigaram-se nas malocas dos caduveus. A cavalhada do Destacamento era maltratada, magra, de pouca eficiência. Retirou-se de Nioaque o Coronel Dias da Silva com 130 homens e deixou 19 de guarda no quartel.
A Força brasileira marchou para o Sul, com a possível celeridade, em grande parte a pé, na fluência da tarde e no decurso de algumas horas da noite.
Ao transpor o rio Nioaque, antes do curso do Canindé, o Coronel Dias da Silva determinou ao Capitão Pedro José Rufino que vanguardasse as forças com pelotão montado, 1 alferes e 20 praças.
Ao alvorecer do dia 31 de Dezembro, avizinhava-se as tropas de Dias da Silva das margens do Desbarrancado, pequeno afluente do rio Santo Antonio, que por sua vez era tributário do rio Miranda. As 8 horas da manhã, transposta a pequena ponte, sobre aquela corrente, alcançava o sítio, do mesmo nome, Miranda. Neste lugarejo de quatro casa de sapé, numa clareira, cerca de três quarto de léguas distante da margem direita do rio Feio, o Coronel Dias da Silva, entrou em contado com a pequena vanguarda chefiada pelo Capitão Pedro Rufino.
Soube que a tropa inimiga se achava à margem esquerda do Feio e o comandante dela desejaria falar-lhe sobre negócios de paz. Anuído ao convite de um encontro, o brasileiro passou o rio Feio e ficou aguardando o aparecimento do chefe adversário. Em vão o esperou. Impaciente pela demora, redigiu a lápis uma comunicação ao chefe, que ignorava quem fosse, confirmando os seus desejos de entendimento para explicações sobre as instruções que havia recebido do governo imperial quanto a defesa de que estava incumbido.
A vanguarda das forças paraguaias era comandada nessa conjuntura, pelo capitão Blas Rojas, imediato de Isidoro Resquin, na direção da tropa divisionária. De posse da comunicação do comandante brasileiro, o paraguaio respondeu-lhe propondo a rendição imediata das forças sob o seu comando para evitar maiores prejuízos. O coronel Dias da Silva em nova nota, igualmente a lápis, repeliu a proposta e protestou contra a invasão traiçoeira que os guaranis consumavam.
Mal essa segunda nota chegou ao poder do paraguaio, um tiro da artilharia guarani encetava o combate. Dias da Silva retrocedeu para o rio Santo Antonio, e em seu encalço precipitou-se numa distância de mais de duas léguas, um esquadrão de cavalaria paraguaia sob o comando do tenente Blas Ovando.
Ao chegar ao rio Santo Antonio, pode aquilatar o efetivo das forças invasoras, estimada em cerca de dois mil homens das três armas. O coronel brasileiro pressentiu a manobra adversária, para cortar-lhe a retirada sobre o Desbarrancado e ordenou a destruição da pequena ponte de acesso sobre essa derradeira corrente.
O combate nas circunvizinhanças do rio Feio, no entanto, foi enfrentado pela pequena força sob o comando do Capitão Rufino. Nele os paraguaios perderam o tenente Camilo Castelo e ficaram ferido dos soldados, consoante a parte oficial, talvez inexata, do coronel Resquin. De acordo com esse mesmo registro, as perdas brasileiras teriam ascendido a um oficial e 57 praças mortas e 13 prisioneiros, além de 31 cavalos e 8 mulas, prejuízos reduzidos ou desmentidos pela comunicação oficial do Coronel Dias da Silva e dois cabos, cinco soldados e um civil voluntário, nos diferentes tiroteios havidos. Esse voluntário foi Manoel Brunzwick Barbosa, filho de Inácio Gonçalves Barbosa”.
Assim, no dia 1º de Janeiro de 1865, menos de 200 brasileiros, sem nenhum preparo para a guerra e sem equipamentos, contra aproximadamente 2000 paraguaios, treinados e equipados para enfrentar a guerra, são obrigados a recuar, o que chamo a este episódio como a “Primeira Retirada” depois de tiroteios violentos na região do rio Feio, onde o comandante paraguaio exige que o comandante brasileiro se renda, recuam para as margens do Santo Antônio, não muito distante, já sem condições de fazer enfrentamento, recuam, para o Desbarrancado, deferindo ai, novo e encarniçado combate. O comandante brasileiro manda incendiar a ponte e retira-se para Nioaque.
Enquanto as Tropas Brasileira efetuavam a “Primeira Retirada” heróica e histórica, esquecida nos discursos e palestras históricas, pois o evento consta de poucos registros, embora o fato hoje faça parte do território lagunense, entretanto, outrora pertenceu à Nioaque, à Miranda, à Província de Mato Grosso, ao Império do Brasil que estava ao comando de D.Pedro II, este fato deveria ser mais abordado, pois, foi o primeiro combate organizado, ainda que as pressas para fazer frente a invasão paraguaia no episódio da Guerra do Paraguia19. Agora, brasileiros em retirada, e o esquadrão de Blas Ovando e Resquin, marchavam ao primeiro dia do ano novo de 1865, avançava sobre a Vila de Nioaque, de onde a população civil já haviam abandonada, procurando encontrar lugar seguro na região do Alto da Serra de Maracaju, alguns chegando até Vila de Paranaíba.20
Ainda de acordo com Emilio G. Barbosa, os tropas paraguaias atingiram a fazenda Desbarrancado,onde residia Antonio Candido de Oliveira e família. As forças guaranis para melhor explorar e saquear as vizinhanças, as fazendas, entre o Miranda e o Nioaque dividiam-se em pequenos pelotões. Atingiram as fazendas de Francisco Felix, Francelino Rodrigues Soares, Nicolau Tolentino dos Santos, Hipólito José Machado, Inácio Gonçalves Barbosa Sobrinho, Manoel Francisco Machado, Gabriel Antonio Ferreira, Joaquim Felizardo Correia, Ferreira Ribeiro, a do Guia Lopes e outros.
A Primeira Ocupação de Nioaque
Já contava o Povoado de Nioaque com um bom desenvolvimento sócio-econômico nos limiares de 1864, quando então, a extensibilidade dos planos de López ao invadir a Província de Mato Grosso, as forças terrestres avançam sobre o povoado de Nioaque, Distrito da Vila de Miranda.
No dia 2 de Janeiro de 1865, ao cair da tarde, sob o comando geral do coronel Francisco Isidoro Resquín, ocupava a Vila de Nioaque, agora totalmente indefesa e entregue a ação do inimigo, uma vez que não havia tropas e recursos bélicos suficiente para oferecer resistência por parte dos brasileiros, o jeito foi abandona-la para salvar o resto das vidas humanas.
O comandante brasileiro, logo após ter recebido a intimação para render-se, , recuou as Tropas de Dias da Silva, que retraiu para Nioaque e em seguida para a Vila de Miranda, tomando medidas para a retirada, inclusive do grosso do Batalhão de Caçadores que ali se encontrava.
Dirigiu-se para o Salobra, localidade a três léguas da Vila de Miranda, onde pretendia esperar por socorro de Corumbá. Tomando conhecimento da situação desta cidade, compreendeu a impossibilidade de auxílio, resolveu encaminhar para Santana do Paranaíba21, chegando com o que restou das duas unidades em precaríssimo estado, a 17 de fevereiro de 1865”.
A ocupação da Vila de Nioaque pela tropas paraguaias feita sem nenhuma resistência por um pequeno esquadrão, ali no local da Vila, aproveitando as próprias instalações militar e civil dos brasileiros nioaquenses, acamparam e estabeleceram o comando geral das forças em operação terrestre no sul da Província de Mato Grosso. No dia 4 de Janeiro de 1865 os paraguaios puseram-se em marcha para a Vila de Miranda pela velha estrada que interligava as duas povoações.
Ainda de acordo com Emilio Gonçalves Barbosa, coube ao Capitão Martin Urbieta a missão para vasculhar as fazendas no alto da serra de Maracaju com a finalidade de destruir o Porto de Santa Rosa no Rio Brilhante e arrebanhar todo o gado, cavalos e outros pertences de interesse das fazendas, além de atearem fogo nas benfeitorias para evitar que seus proprietários retornassem. Vasculharam a região dos rios Vacarias e Brilhante, Fazenda Sete Voltas, São Bento, Água Fria, Taquara, Boa Vista, Aroeira, Lageado, Passa Tempo entre outras, aprisionado João Luiz Cavalheiro, filho do Barão de Antonina, Maria Ferreira das Dores, João Ferreira Ribeiro juntamente com familiares, filhos, agregados e até mesmo escravos.
As populações, os que não fugiram, foram mortos e transformados em prisioneiros de guerra e conduzidos para regiões do Paraguai. Em poucos dias após a ocupação haviam sido capturados mais de 300 brasileiros civis, desarmados, fazendeiros pacíficos das terras pastoris da região.
Urbieta tendo deixado um destacamento militar de 80 combatentes no porto paraguaio as margens do rio Vacaria e adjacências, plantou-se em Nioaque, transformada em praça de guerra paraguaia ai permanecendo por cerca de dois anos. Na região da Serra de Maracaju, vacarias, terras férteis fizeram roças, ranchos e um mangrulho (mirante) com fábrica de arreios para cavalos.
No documento seguinte, pesquisado por Hélio Serejo, Resquín relata ao Comandante Supremo, Marechal Francisco Solano López, a ocupação do povoado de Nioaque em janeiro de 1865, e que estrategicamente servirá de sede das operações de guerra paraguaias no sul da Província de Mato Grosso.
Carabina Minié 14.8 mm de Calibre
Ao amanhecer “do dia seguinte, levantei o acampamento e depois de três léguas de marcha, passei o arroio Ponte e com duas léguas mais o Nioaque, a uma hora do dia. Concluída a passagem, fiz adiantar-se o Capitão Rojas com dois esquadrões para apossar-se da Povoação de Nioaque, onde não se encontrou mais que dois indivíduos um espanhol e outro português europeu. Eu acampei-me a frente da Povoação e ordenei o reconhecimento das casas, do armamento e demais cousas, porém, na comandância não se encontraram mais que seis carabinas de caça e seis espadas de tropas. Depois se encontraram os armamentos: caixões de balas, pólvora e demais papéis enterrado no fundo do curral da comandância e também algum armamento e munição se encontraram nas casas que, com efeito, mandei visitar, como Vossa Excelência verá pela minuta junta. O arquivo parece completamente destroçado e os papéis tomados são os que se encontram enterrados com os 26 caixões de pólvora encartuchados e 11 de pólvora solta. No mais não se acharam senão comestíveis e trastes que não puderam levar na fuga.
O Povoado consta de 130 casas, sendo 30 principais, tendo um oratório e um espaçoso quartel que cai a Oeste da Praça principal sobre a rua Leverger. A comandância cai a Leste da mesma praça sobre a rua Santa Rita, podendo aquartelar 500 homens. Nomeei para comandante deste ponto, o Tenente Cidadão Pascal Rivas, ficando às suas ordens o Alferes Cidadão Aleixo Gomes e Waldo Gimenes. No dia 5 proponho-me seguir minha marcha sobre a Vila de Miranda a curtas Jornadas, para não fatigar a cavalhada com o excessivo calor.
No decorrer da perseguição tomaram-se vários papéis e entre eles aparecem as comunicações juntas.
Deus Guarde Vossa Excelência muitos anos”.
Condições em que ficou a Bela Nioac, nas narrativas de Alfredo Escragnolle Taunay22: fora a Vila de Nioac abandonada pelo inimigo a 2 de Agosto de 1866.
Por todas as partes ali se viam vestígios de incêndio. Poupada apenas duas casas e uma pequena igreja de pitoresca aparência. A primeira vista nos agrada o local, de um lado o povoado e um ribeirão chamado Urumbeva e do outro o rio Nioaque, cujas águas confluem a 900 metros para trás da igreja, deixando livre em torno desta à direita e à esquerda um espaço duas vezes maior. Pequena Colina fica-lhe em frente a pouca distância23.
Ocupação da Vila de Miranda e Coxim
A Coluna de Resquín deixou um pequeno efetivo guarnecendo o ponto de Nioaque e marchou para a Vila de Miranda, ocupação fácil, uma vez que toda a população já havia abandonada a Vila, assim que se soube da retirada das tropas de Nioaque do Tenente coronel Dias e Silva.
A Freguesia de Herculânea24 progredia, quando as tropas do Coronel Resquín, no dia 14 de Abril de 1865, dominando a povoação e toda a região, onde o destacamento estabeleceu o seu quartel-general, no local denominado Fazenda São Pedro. Ali armazenando o produto do saque de todas as fazendas circunvizinhas.
Dia 30, os paraguaios saíram desse ponto depois de avançarem cerca de sete léguas, adiante do caminho de Piquiri e Cuiabá.
Mapa do Combate das tropas do Coronel Dias e Silva e Pedro José Rufino e a Primeira Retirada das Tropas de Nioaque para Santana do Paranaíba, de dezembro a janeiro de 1864/65.
Não havendo mais guarnições militares brasileiras no Sul da Província de Mato Grosso, os paraguaios estabilizaram as suas conquistas. Restavam dois Corpos de Artilharia em Cuiabá e um Batalhão de Caçadores e um Corpo de Cavalaria estacionado em Santana do Paranaíba.
Algumas conseqüências da invasão de Mato Grosso
Primeiramente, não houve a junção das duas expedições paraguaias: a fluvial e a terrestre. A primeira, o leito do São Lourenço não oferecia segurança para a navegação, pouca profundidade; a segunda barrada pelos pantanais na região do Piquiri.
Posse do Paraguai: Forte de Coimbra, Corumbá, Albuquerque, Estaleiro de Dourados, Colônia Militar de Dourados e Miranda, povoação de Nioaque, Coxim e Vila de Miranda.
Os paraguaios declararam levar de Mato Grosso “66 peças de canhões, milhares de cabeça de gado, segundo El Semanário”.
Segundo o Barão do Rio Branco, perdemos três oficiais, 30 soldados ou marinheiros, enquanto que o Paraguai teve 44 mortos e 168 feridos. Evidentemente que aqui não há nenhum documento que diga quantos civis entre brancos, negros e índios foram mortos e feridos; e quantos deles foram feitos prisioneiros e conduzidos para o Paraguai, onde muitos foram mortos, outros fugitivos e alguns libertados.
Ainda sem contarmos com os damos materiais, perca das casas, pertences, documentos, destruição de fazendas, perda da produção de vegetais e criação de animais.
Praticamente por dois anos, a Província ficou isolada do resto do Império.
A fragilidade das guarnições militares, a indefinição com a fronteira da República do Paraguai, trouxe para o sul da Província de Mato Grosso, o abandono total, onde os paraguaios não encontraram dificuldades para dominar.
O domínio da Guerra estava no Sul do Império e também para lá as tropas militares em operação de guerra.
Redução do Efetivo das Tropas Paraguaias na Província de Mato Grosso25
Conforme os planos militares da ocupação da Província de Mato Grosso, em poucos meses as tropas paraguaias ocuparam as posições estratégicas que lhes interessava no momento. O comandante militar paraguaio, Barrios, organiza as tropas e redistribui pelos pontos estratégicos, sendo Corumbá, o ponto central da região fluvial do alto e baixo Paraguai e Nioaque o Quartel General das tropas terrestres.
Tudo organizado na Província Sul Mato-grossense, Barrios dirige com o restante das tropas para a República do Paraguai para apoiar as operações de guerra que se dirigiam para o Sul do Brasil, inclusive Argentina e Uruguai.
Em março de 1865, resolve López chamar Barrios e retirar de Mato Grosso parte das suas Forças, deixando nos pontos que elas ocupavam à beira do rio Paraguai apenas guarnições de segurança.
Em Decreto de 13 de Março, declara esta sua resolução e mais a nomeação do Coronel Hermógenes Cabral para substituir Barrios e do Sargento – Major José Fleitas para sub-chefe daquele.
Expede na mesma data instrução a Barrios. Diz nesses documentos que a tomada do Forte de Coimbra, das Vilas de Albuquerque e Corumbá e do Parque do Cerro de Dourados, do Vapor de Guerra brasileiro Amambaí e de números petrechos de guerra e a vantajosa exploração dos rios São Lourenço e Cuiabá até as imediações da Capital de Mato Grosso, no curto espaço de dois meses, a contar da saída da expedição deste porto (Assunção), são exemplo de testemunhos de zelo infatigável”.
São igualmente meritórios e importantes os resultados dos trabalhos da coluna de operações no rio Mbotetey a que se encomendou à ocupação do território usurpado pelo Brasil desde a margem direita do Apa até o Aquidauana, confluente Setentrional do mesmo Rio Mbotetey.
Afirma que a ocupação das Colônias de Miranda e Dourados, das Vilas de Nioaque e Miranda, bem como a tomada de petrechos de guerra e de material e o reconhecimento da margem direita do Aquidaban no mesmo curto espaço de tempo, equivalem a “feitos gloriosos para a Pátria que recuperou assim todo o território que pelo descobrimento, pela posse e pelos tratados de 1750 e 1777 é reconhecidamente paraguaio.
Assinala que o Paraguai já está senhor de Coimbra, Albuquerque, Corumbá e cerro de Dourados (Coluna do Alto Paraguai). Seria inútil deixar aí mais gente do que necessária, quando a situação do momento aconselha o emprego no sul da República de todos os recursos militares.
Em vista disso, determina o seguinte:
1 Em Dourados26 ficarão 50 Infantes, 15 cavaleiros e por enquanto um vapor pequeno, para observar o movimento inimigo. Retirarão sendo preciso para Corumbá.
2 Em Corumbá ficaram o 21º batalhões e 200 infantes de cada um dos batalhões seguintes, 6º, 7º e 30º (portanto mais 600 infantes), 80 artilheiros e 100 cavalos. Retirarão para Forte de Coimbra.
3 Em Albuquerque serão deixados 20 homens para policiar e vigiar as comunicações terrestres entre Coimbra e Corumbá.
4 Em Coimbra, reduzirá a artilharia a 12 canhões com a dotação suficiente de homens, pólvora e projéteis. Se as tropas a montante do rio retirarem para este ponto, ele ficará bem definido com 300 infantes, 100 cavaleiros e 4 canhões, apoiado pelos vapores que descerem de Dourados e Corumbá. Determine que se ocupe o morro da marinha, em cujas imediações, projeta estabelecer uma estância com 2,4 ou 6 mil cabeças de gado, que será remetido de Miranda, conforme ordem dada na ocasião. Será vantajoso elevar o rebanho dessa estância até 12 mil cabeças.
Conforme Emilio G. Barbosa, sob instrução do governo de Assunção, Resquin, depois de ter desalojado todas as populações e ocupado todas as guarnições militares de defesa do Império Brasileiro no sul da província mato-grossense , proclamou todo este vasto territóriio ocupado como parte da República do Paraguai, sob a denominação de “Departamento do Alto Paraguai”, que ficou sob o comando geral de Hermógenes Cabral, com a sede estabelecida da Vila de Corumbá no rio Paraguai, extremo Oeste, acesso fluvial a Capital Cuiabá e no ponto intermediário terrestre, na Vila de Nioaque ficou o seu auxiliar, também Coronel Martim Urbieta. Mais tarde, Urbieta fora nomeado o comandante militar da Divisão Norte, atendendo simultaneamente nas Vilas de Nioaque e Miranda.
A importância do gado
Para destacar toda a importância que o gado vacum representava para este contexto de Guerra, mereceria um Capitulo especial e maior profundidade de pesquisa. Deixo aqui registrado as impressões que coletei diante de todas as leituras relativas ao tema “Guerra do Paraguai”, na região sudoeste do atual Estado de Mato Grosso do Sul.
Modernamente as estratégias de guerra obedecem aos equipamentos de alta tecnologia tanto quanto ao aparato bélico, quanto a subsistência trato e alimentação das tropas. Mais que boas estratégias de guerra e tropas bem treinadas e equipadas, os combatentes necessitam de água e comida. Sem o alimento do corpo orgânico, o espírito, a moral, a energia das tropas começam a ruir.
Hoje, “tal nos ditos populares, do gado nada se perde, da ponta do chifre ao casco das patas tudo é transformado e utilizado em produtos e sub-produtos. Diz que até o berro é aproveitado pelo cantor Sérgio Reis nas suas canções”.
Nos tempos idos, quando a industria não era totalmente desenvolvida o aproveitamento do gado vacum tinha duas destinação básicas, levando em consideração o contexto da guerra que aqui está se tratando:
- No transporte como a principal força motriz para locomoção das carretas com todas as suas bagagens que ia desde alimentos, ferramentas, munições, mercadorias em geral, pessoas; e tração para puxar os equipamentos bélicos de guerra, os canhões;
- Na alimentação, aproveitamento da carne verde ou desidratada e o couro utilizado na confecção de calçados, laços, selas e outros apetrechos de montaria, além de bornais, malotes para transporte de pertences individuais, armamentos, alimentos.
Neste Contexto da Guerra do Paraguai, operações terrestres pelo sul da então Província de Mato Grosso uma parte do gado era adestrado para servir como força para puxar as carretas que serviam como veículo para o transporte de víveres, munições, armas, ferramentas diversas tais como machados e tudo mais que não era transportado no lombo dos cavalos e mulas. Nesta época ainda não haviam veículos automotores, caminhões por exemplo, uma junta de bois possuía muito valor, pois eram animais selecionados e “amansados” para prestar serviço para este fim. As peças de canhões, da Artilharia, era montado sobre armão, uma espécie de carreta, jogo dianteiro que reboca as peças de artilharia e puxados por juntas de bois. Na travessia do rio Miranda, na Retirada da Laguna, o major Thomaz27 refere-se “... difficuldades passaram as nossas tropas, as 4 peças e armões havendo sido queimados os carros monchegos, forja e galera para dar carne as praças...” “...ficando comprehendida no centro d´este Corpo toda a bagagem que marchava protegida, alem d’isso por duas fileiras de carros puxados por bois. As quatro peças de Artilharia, puxadas tambem por bois, vinha debaixo...”
Alem da importância do gado vacum para o transporte, sem dúvida, o gênero alimentação foi extremamente decisivo. Para esta época, a conservação dos alimentos perecíveis não apresentava as tecnologias modernas de embalagem e desidratação, enlatados, engarrafados, produtos químicos de conservação. A alimentação da tropa era praticamente in natura.
Ao ler os textos que tratam do Episódio da Retirada da Laguna é possível perceber a importância que o gado representava para o sucesso da missão das tropas, então comandadas inicialmente pelos coronéis Camisão e Juvêncio, e após os desenlaces, as mortes, pelo Major Thomaz Gonçalves; a carne representava a principal fonte de alimentação. Transportavam-se na carretas sal, farinha, gordura animal, arroz. A carne era consumida verde, na força de churrasco ou assada e parte era salgada para conservação, sendo desidratada aos poucos.
No episódio da Guerra, operação pelo sul de Mato Grosso, o gado era sempre transportado a retaguarda. Quando estacionados na Colônia Militar de Miranda, antes de avançar além do Miranda em direção ao Apa, já se fazia preocupação por parte dos comandantes responsáveis pela alimentação das tropas a escassez de gado. O Próprio José Francisco Lopes, o Guia Lopes, rebuscou pelos campos da Fazenda Jardim algumas reses que não havia sido consumidas pelas tropas paraguaias e que serviu as tropas. “Desde o dia da occupação, começando-se a fazer sentir a falta de gado, mandava a prudencia que fosse effectuada uma prompta retirda sobre Nioac...”
“.... A boiada dos carros era de há muito morta para sustento das praças e regulada de modo que já muito soffriam ellas da falta de alimentação...”
O avanço das tropas brasileira além do Apa, fronteira do Império do Brasil com a República do Paraguai até a Fazenda Laguna, fora motivada principalmente pela idéias de que ali iriam poder arrebanhar o gado paraguaio, episódio este, que deflagrou no maior fracasso da operação, pois além de não encontrarem gado algum, foram obrigados a recuar sobre pressão paraguaia até Nioaque, causando grandes baixas no efetivo com perca de vidas, entre outras do Guia Lopes e dos Comandantes Camisão e Juvêncio.
“Coronel Camisão, tendo tido informações dos fugitivos brasileiros, os quaes como V. Exa. Não ignora, se achavam entre nós desde 11 de abril, que a 3 ½ leguas de Bella Vista, n’uma Fazenda do Presidente López havia grande quantidade de gado (Fazenda Laguna), não trepidou em avançar, dando ordem de marcha...”
O racionamento da carne e outros alimentos era tão evidente que no encontro das tropas brasileiras, com os carretas destruídas pelos paraguaios, pertencentes aos mercadores que acompanhavam a operação de guerra, na região do Canindé, como se pode ler a seguir:
“...A soldadesca comeu enfim, apanharam tudo o que foi encontrado depois de 22 dias de cruel fome, durante os quaes a ração de simples carne era tão diminuta que repartia-se 4 a 8 rezes, em logar das 21 que habitualmente iam para corte!”
Não somente para os brasileiros, mas para os paraguaios o sucesso da operação de guerra consistia não só em ocupar as localidades e destacamentos militares, mas também no aprisionamento e envio de gado para a capital Assunção.
No dizeres de Emilio G.Barbosa28 “a coluna paraguia ia diminuindo de efetivo, porque em cada ponto adequado, nos estabelecimento rurais deixava pequenos grupos de soldados incumbidos de contramarcar o gado “LP” com a marca “La Pátria”. A incumbência da condução de prisioneiros e de gado, levados de cambulhada, era desempenhada por pessoa especializado trazido na cauda da Força, patenteando a premeditação do saque e a certeza da execução.
No passo de Bela Vista sobre o Apa, estabeleceram os paraguaios posto de recebimento do gado arrebanhado no território sulino de Mato Grosso. Inicialmente esteve sob o comando do Tenente de cavalaria Romualdo Canteros o recebimento do gado, que enviava depois para Assunção”.
Os paraguaios arrebataram da região serrana da Serra de Maracaju mais de 30.000 cabeças de gado. Os fazendeiros, criadores de gado da região, não puderam leva-lo diante da fuga, considerando que foram surpreendido com a invasão e o criatório era feito em campos com vasta extensão de terra, pastagem in natura e que para reuni-lo todo necessitariam de alguns dias. Diante desta dificuldade, favoreceu em muito aos paraguaios que obtiveram em larga escala e com muita facilidade o gado e cavalos dos brasileiros.
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Narracion Historica El Paraguay
La Campaña de Matto Grosso
No contexto seguinte, apresenta-se uma narrativa resumida e escrita em língua espanhola, sobre a versão dos historiadores paraguaios sobre a ocupação da região sul da Província de Mato Grosso. Numa Guerra há sempre duas faces, vencedor e vencido, no caso específico, a Guerra que envolveu o Brasil e Paraguai, além da Argentina e Uruguai, conforme a ideologia do historiador, escritor e pesquisador, poderá enfocar conotações nacionalistas, ou critica, ou totalmente pessoal, uma narrativa histórica em defesa de interesses. Assim, para muitos brasileiros, Solano López foi um louco, um tirano, entretanto para muitos paraguaios, é o maior herói nacional.
A narrativa seguinte29 ilustra uma visão da história, escrita por historiadores paraguaios.
“El 23 de Diciembre de 1864 comienza un drama sim paralelo en la historia, una epopeya que assobró al mundo, una jornada estupenda emprendida por un pueblo en defesa de su soberania e independencia.
Ese día Mcal. López revista a las tropas que al día siguinte irían rumbo al Norte co la misión de capturar las principales posiciones del Provincia de Matto Grosso, situados en Alto Paraguay. El término de la revista, les dirige la siguiente proclamación:
“SOLDADOS: Mis esfuerzoz por el mantenimiento de la paz han sido estériles. El Imperio del Brazil, poco conecedor de vuestro valor y entusiasmo los provoca a la guerra. La honra, la dignidad nacional y la consevacion de los más caro derechos, nos mandan aceptaria.
En recompensa a vuestra lealtad y largos serviços, he fijado mi atención sobre vosotro elifiéndos entre las numerosas legiones que formam el ejército de la Republica, para que seáis los primeiros en dar una prueba de la pujanza de nuestras armas, recogiendo el primer laurel que debemos añadir aquellos que nuestros mayores pusieron en la corona de la Patria en las memorables jornadas de Paraguarí y Rucuarí.
Vuestra subordinación y disciplina y vuestra constancia en las fatigas, me responden de vuestra bravura y del lustre de las armas que a vuestro valor confio.
SOLDADOS Y MARINOS: Llevad ese miesmo voto de confianza a vuestros compañeros que de nuestras fronteras del Norte han de unirse a vosoutro; y machard serenos al campo del honor, y recogiendo gloria para la Patria y honra para vosoutro y vosoutros compañeros de armas, mostrad al mundo entero cuáto vale el soldado paraguayo.”
Al día siguiente, una salva de los 36 cañones de nuestra escuadrilla, anunció que la expedición se ponía en marcha. La artilleria de la plaza contestó com outra salva atronadora; y entre el jubiloso clamor de la multitud apiñada en puerto, los bugues surcaron lentamente las aguas de la bahía, remontando el río Paraguaya.
La expedición era comandada por el Cnel. Vicente Barrios y compusta de 3000 hombres, más dos baterías de campaña. Los expedicionarios partieron en los siguientes barcos: Tacuarí, Ygurey, Paraguarí, Marqués de Olinda (este navio era brasileiro, aprisionado com o Presidente da Província de Mato Grosso), Ypora y el Salto del Guairá; más el Norte, se les unieron el Jejuí y el Río Apa.
Al miesmo tempo casi, partía de Villa Concepción, una columna de 3500 hombres, en su maior parte de caballeria, al mando del Cnel. Francisco Isidoro Resquín, com la misíon de ocupar el territorio nacional comprendido entre los ríos Apa y Blanco, disputado por el Brazil. Esta columna marchaba por tierra y estaba destinada apoyar a la expedición naval al mando de Barrios.
Este fondeó el 26 de Deciembre de 1864 por la noche a una legua de Coimbra; desembarcaron las tropas y se pusieron en posición de ataque; y la artillería fue emplazada sobre una Colina.
En día siguiente, Barrios, bajo bandera de parlamento envió una nota al comandante de la guarnición, Tte. Porto Carreiro, redactada en los siguientes términos:
“Bordo del vapor paraguayo, Ygurey, Deciembro 27 de 1864.
El Cnel. Cmte. De la División de Operaciones del Alto Paraguay, en virtud de ódenes expresa de su gobierno, viene a tomar posesión de la fortaleza de su mando, y queriendo das una prueba de moderación y humanidad, invita a Ud. Para que dentro una hora la rinda, pues de no hacerlo así, procederé a tomarla a viva fureza, quedando la guarnición sujeta a las leyes del caso. Mientras esperas su pronta respuesta, queda de Ud. Atto. S.S. Vicente Barrios.”
“El Tte. Cnel. De este Distrito Militar abajo firmado respondiendo a la nota enviada por S.E. el Cnel. Vicente Barrios Cmte. De la División de Operaciones del alto Paraguay, recibida alas 8.30 de esta mañana, en la cual se declara que en virtud de ordenes expresas de su gobierno, viene a ocupar esta Fortaleza, y que queriendo das una prueba de moderación y humanidad, le convida para que dentro de una hora la rinda, pues que a no hacerlo procederá a tomarla a viva fuerza, quedando su guarnición sujeta a las leyes del caso; tiene la honra de declarar que, siendo los Regulamento y Ordenes que rigen en el Ejército Brasileiro, a no ser por orden superior, a quien transmito por copia en este momento la nota a que esponde, por la suerte y la honra de las armas, assegurandoa S.E. que los miemos sentimientos de moderación que nutre S.E. también nutre el abajo firmado por la cual el miesmo Cmte. Abajo firmado queda aguardando las deliberaciones de S.E. la quien Dios guarde. Hermenegildo do Albuquerque Portocarreiro - Tte. Cnel. Cmte.”
Quince minutos después Barrior, que no se dió por satisfecho com la respuesta recebida, ordenó el bombardeo y el assalto a la Fortaleza ( atual Forte de Coimbra). Originóse un duelo infernal de artillería e nuestra infantaría derrochó heroismo por lugares inaccesibles, bajo un diluvio de proyetiles, hasta llegar al pie de la Fortaleza con muros de 5 mts. de altura y a 60 mts. sobre el nivel del río.
Cesaron las hostilidades por la noche; y al amañecer nuestros efectivos advirtieron que los brasileiros habían huido en los buques Jauru y Anhambaí. Así cayó en manos nuestras ese formidable bastión de la política expansionista de Portugal, transferida al Brazil.
La acción dejó un soldo de 200 muertos y otros tantos heridos paraguayos. Sin pérdida de tiempo, Barrios avanzó sobre Albuquerque e Corumbá, abandonando grandes depósitos de canõnes, fusiles y municiones de diferentes calibres.
El Tte. Herrero, com el Ypora, y el Rio Apa, persigue a los que huyen, logrando apresar algunos buques enemigos, hundir y averiar a los demás. Se detuvo a su vuelta en el Dorado, donde encontró un gran almacén de pólvora, en cuyo embarque una horrenda explosión sobre el muelles ocarionó la muerte de unos cuantos guerreros nuestros, entre ellos el próprio tte. Herrero. Allí encontraron tabién documentos comprometedores para el Brazil.
El Cnel. Barrios volvió luego a Assunción dejando Destacamentos bien organizados para la defesa de las plazas ocupadas.
El Cnel. Resquín, por su parte ocupó en pleno dominio brasileños las poblaciones de Dorados, Colonia de Miranda, Nioac, Villa de Miranda y Coxím, estabeleciendo su Cuartel General en Nioac.
Después de unos meses, Resquín fue llamado a Humaitá por López dejando bien organizada la zona de ocupación.
Así terminó exitosamente la Campaña de Matto Grosso una de las concepciones más brillantes del consuctor de nuestro ejército, que desmoralizó al enemigo, de tal manera que nuestras espaldas se mantuvieron exentas de amenazas. Tan es así que a lo largo de la contienda guerrera, el enemigo jamás intentó acción alguna por eselado”.
[1] No Paraguai, cidade de Bela Vista Norte.
17 Os Barbosas em Mato Grosso, 1961 p. 43.
18 Op. Cit. P.43.
19 Não se está desconsiderando a atitude do Tenente Antonio João Ribeiro da Colônia Militar de Dourados, que sacrificou a sua vida em protesto contra a invasão do solo brasileiro. Neste tópico trata-se de tropas organizadas que enfrentaram, combateram e morreram em defesa das terras mato-grossenses e brasileiras. Historicamente, para os lagunenses, esse episódio deveria ser representado como um ato de memória história e homenagens de patriotismo, civismo, de estudo por parte de todos, pois, não existiria a nossa vida e história do presente sem que houvesse a nossa história do passado.
20 Antiga Santana de Paranaíba, hoje cidade do Mato Grosso do Sul, na divisa com Minas Gerais.
21 Cidade de Paranaíba, Mato Grosso do Sul.
22 O Livro Retirada da Laguna, Biblioteca do Exército, 1954.
23 A referida colina situa-se hoje onde está instalado o 9º Grupo de Artilharia.
24 Atual cidade de Coxim.
25 Op. Cit. Ref. 2, p. 437-438.
26 Margem esquerda do rio Paraguai.
27 No episódio Retirada da Laguna, descrito em item a seguir neste mesmo capítulo, possui outros referenciais.
28 Emilio Gonçalves Barbosa, Os Barbosas em Mato Grosso, Editora Correio do Estado Ltda., Campo Grande-=MT, 1961, p-46-49.
29 En El Centenario de La Epopeya Nacional – Rogidos de Leones, Debujos de Walter Binifazi, escritos de Juan A. Meza. Assunción 15 de agosto de 1968, Artes Graficas Zanphiropolos. Independencia Nacional, n.º 640. Assunción, Paraguay.
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